segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A plantação de igrejas missionais - Trabalho de conclusão de curso.


4. O PERFIL DO PLANTADOR

4.1 A maturidade do plantador 

 Ao falar em plantação de igrejas é necessário falar também da figura pastoral, aquele a
quem o Senhor Jesus impele no coração um profundo comprometimento com o reino e a sua
expansão por meio do plantio de igrejas missionais.

Nossa geração pastoral tem vivido há muito tempo uma crise de identidade, a qual
Darrin Patrick (2013) chama de Homeninos: aqueles que são bons em vender uma imagem de
homens maduros, mas quando na realidade não passam de crianças, que desejam os benefícios
da vida adulta, mas não desejam arcar com o ônus da responsabilidade que essa vida exige.

Patrick (2013, p.15) esclarece que: “Ser uma pessoa do sexo masculino está ligado à
biologia, mas ser homem está ligado a como ele se relaciona com Deus, pensa sobre Ele e o
serve”.

Essa crise de identidade se torna um problema quando o plantador da igreja se encaixa
nesse perfil, quando ao invés de homem, ele é um menino na carcaça de um adulto, quando é
um adulto com mente de adolescente. “Ser um menino adulto se tornou uma tendência
popular.” (PATRICK, 2013, p.13). Quando o adulto com mentalidade de adolescente se torna
uma tendência algo muito sério e perigoso pode acontecer na igreja, afinal esses homeninos
podem ser os pastores dessas igrejas.

Perigoso pelo fato de que na igreja o pastor-plantador deve zelar pela vida da sua
família e das ovelhas, e o grande questionamento de Darrin Patrick reside justamente na
capacidade do homenino de cuidar dos outros quando ele não é capaz de cuidar de si mesmo e
de sua família.  

No contexto pós-moderno brasileiro a plantação de igrejas tem surgido no cenário
evangélico em números crescentes, e isso é glorioso; contudo, deve ser feito com cautela e
maturidade, ou seja, é tarefa para homens e não meninos. Ora, a igreja é algo sério, trata-se
daqueles por quem o nosso Senhor Jesus deu a vida.

                                 

4.2 O conhecimento teológico do plantador 

Outra grande crise que os plantadores dos nossos dias vivem é a falta de conhecimento
teológico, homens sentem no coração o desejo de pastorear um grupo, plantar uma
comunidade de fé, mas não se preocupam em se preparar para isso.

Sobre essa falta de qualificação Patrick (2013, p.55) ilustra as seguintes situações:

Ninguém embarcaria em um avião se soubesse que o piloto adora aviões, mas não tem brevê. Ninguém gostaria de ser operado por um cirurgião cuja principal credencial fosse o fato de ter um pai médico. Um jovem casal não confiaria o projeto de sua casa dos sonhos a um arquiteto cujo portfólio fosse a parte de trás de uma caixa de lego. As qualificações são importantes em todo trabalho, e quanto mais importante é o trabalho, mais importante é a necessidade de qualificações elevadas.

Sabemos que a vocação é algo inerente e exclusivo da parte de Deus, contudo, sabemos
também que Deus usa como instrumento os centros de estudos teológicos como forma de
moldar, lapidar e preparar intelectualmente tais pastores-plantadores para a missão.

A consequência disso é o que vemos: uma porção de igrejas sendo plantadas sem uma
identidade teológica enraizada nas escrituras, fundamentadas apenas em modismos e
paradigmas.

O pastor como a figura que ensina, exorta, aconselha, guia, direciona e consola, deve
necessariamente ser como o próprio apóstolo Paulo instruiu: apto ao ensino; contudo, este
ensino deve ser o apostólico, o ensino doutrinário genuíno das sagradas escrituras, aqueles
que nos foram legados pelos apóstolos bíblicos e pais da igreja.

Tem sobrado em nosso contexto homeninos com pouco conhecimento teológico e
faltado homens de verdade com sede e fome do conhecimento teológico que produz o
encontro com a maravilhosa graça, a saber, Jesus Cristo.

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