
A páscoa é o momento mais sublime da celebração cristã. Nela o cordeiro de Deus é morto e ressuscita dentre os mortos, nela o Filho de Deus entrega seu espírito (tetelestai) para a salvação dos eleitos do Senhor. Porém, a páscoa nos conduz a uma ação, observe: "E os israelitas saíram e fizeram conforme o SENHOR havia ordenado a Moisés e Arão" (Êxodo 12.28).
Um povo estava cativo e foi liberto, era escravo e tornou-se livre, estava em escuridão e a luz raiou, entretanto, tudo isso foi feito por Deus para que o seu povo fosse um povo ativo. Pensar sobre a cruz, a morte e a ressurreição é importante, porém, essa reflexão deve produzir ações dentro do Reino de Deus. Ao serem libertos o povo judeu recebeu uma ordem: "tomem posse da terra prometida".
Jesus Cristo quando liberta o homem de Gadara que estava aprisionado por legiões de demônios deixa uma ordem bem clara: "Vai para casa, para a tua família, e anuncia-lhes quanto o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti". Percebe? Toda libertação que Cristo realizou em seu ministério terreno veio acompanhado de uma ordem para agir. A páscoa é isso, Jesus libertando seu povo e dizendo: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura".
Entretanto, a páscoa não é apenas libertação, ela mostra a comunhão: "Dizei a toda a comunidade de Israel: No décimo dia deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, conforme a família dos pais, um cordeiro para cada família. Mas, se a família for pequena demais para um cordeiro, deverá comê-lo com o VIZINHO mais próximo de sua casa conforme o número de pessoas" (Êxodo 12.3-4). Exatamente na instituição da celebração da Páscoa; Deus ordena que as pessoas exerçam a comunhão entre si, a comunhão como família e como povo de Deus. Certamente, o cordeiro foi o animal escolhido por Deus como sinal da morte do 'Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo'.
Mas, também, a páscoa é a manifestação graciosa de Deus: "Mas o sangue servirá de sinal nas casas em que estiverdes. Se eu vir o sangue, passarei adiante, e não haverá praga entre vós para vos destruir, quando eu ferir a terra do Egito" (Êxodo 12.13). O sangue do cordeiro nos umbrais das portas das casas dos Israelitas era o prenúncio do Sangue do Filho de Deus que seria derramado não em umbrais, mas nas pesadas madeiras da cruz. Isso é graça, um povo pecador sendo redimido por um Deus santo e justo.
Celebre a páscoa, não apenas como um evento histórico, não como um mero ritual ou uma costumeira observação litúrgica. Celebre a páscoa como uma realidade espiritual que produz em nós, graças a vitória de Jesus na cruz, uma compreensão do nosso dever de agir, uma profunda comunhão com Cristo e com sua igreja, e o sentimento de profunda gratidão pela graça derramada sobre nós.
Encerro essa reflexão com uma oração
"Todo-poderoso e amantíssimo Pai, nós erramos e nos desviamos como ovelhas perdidas. Seguimos excessivamente os desejos e inclinações de nosso coração. Nós transgredimos tuas santas leis. Fizemos coisas que não devíamos fazer e não fizemos o que devíamos ter feito. Não há nenhum bem em nós. Mas Tu, ó Deus, tem misericórdia de nós, miseráveis pecadores. Sê próximo daqueles que confessam seus pecados. Restaura, Senhor, aqueles que estão arrependidos, de acordo com tuas promessas aos homens através de Jesus Cristo, nosso Salvador. E concede, Pai misericordioso, por ele,que andemos uma vida santa, reta e sóbria daqui por diante, para a Glória de teu nome. Amém."
Livro de Oração Comum
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