sábado, 30 de dezembro de 2017

Deus: revigore minhas mãos




Neemias quando soube que seu povo estava passando por dificuldades ao voltarem do exílio para Jerusalém se senta, chora, começa a orar e jejuar por eles. Porém, Neemias não fica apenas no aspecto da oração e jejum, ele se levanta como o “confortador”, e esse é o significado de seu nome em hebraico tiberiano (Nəḥemyāh).

O povo sofria e estava vulnerável, à cidade não tinha seus muros de proteção, o povo de Deus estava necessitado de trabalhadores para reconstruir seu lugar de habitação. O que eu e você podemos aprender com Neemias? Devemos ser confortadores na igreja de Cristo e não apenas consumidores. 

Neemias convoca outras pessoas para ajudar na reconstrução do muro, muitos foram, entretanto, outros se levantaram para atrapalhar o serviço. Quantos Sambalate, Tobias e Gesém não existem dentro das igrejas desejando atrapalhar o serviço daqueles que desejam apenas construir muros, edificar a igreja, ser martelo nas mãos do Deus todo poderoso? Neemias nos ensina a depender de Deus, e também agir na dependência dele.  O texto bíblico diz: “Nós, porém, oramos ao nosso Deus, e colocamos guardas para proteger-nos deles de dia e de noite” (Neemias 4.9). 

No serviço do Reino de Deus devemos ser totalmente dependentes dele, mas, devemos ser prudentes, não podemos ser ingênuos quanto aos Sambalate, Tobias e Gesém que tentarão nos impedir de edificar por meio de Jesus a sua igreja. Esses apenas falam, não contribuem com nada, são mexeriqueiros, faladores, e que pelas suas palavras tentam produzir descréditos aos servidores do Reino de Jesus: “O que esses fracos Judeus estão fazendo? Será que vão se fortalecer? (...) Mesmo que construam, uma só raposa derrubará esse muro de pedras” (Neemias 4.2-3). 

Aqueles que não desejam servir e apenas atrapalhar são insistentes, seu foco e objetivo não é a edificação do Reino de Cristo, mas de um reino particular, que possamos fazer igual à Neemias, não dar ouvidos, não perder tempo, temos muito trabalho a realizar na igreja de Jesus, façamos como fez Neemias: “Estou empenhado numa grande obra e não posso descer. Por que eu deveria parar e deixar a obra para encontrar-me convosco?” (Neemias 6.3). 

A pressão aumentou muito sobre Neemias e sobre o povo que estava reconstruindo os muros de Jerusalém, quando as pressões de 2018 vierem sobre você faça como Neemias: “Pois todos eles tentavam atemorizar-nos, dizendo: Eles vão abandonar a obra; ela não será concluída. Então pedi a Deus: Fortalece as minhas mãos!” (Neemias 6.9).

Sê forte e corajoso, 
Feliz 2018,
Feliz Ano Novo!

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Natal - Verbum dei

O Natal é a celebração do Verbo que se fez carne. A palavra de Deus que é Cristo, o Verbo, o Logos, veio habitar em meio aos homens. A causa da encarnação, morte e ressurreição de Jesus gira em volta do chamado da igreja para ser seu corpo místico nesta terra.

Cristo é a palavra pregada, e se ele é o evangelho e a boa notícia, qualquer coisa que se torne central em nossos cultos que não seja a palavra esvazia toda a significância de nossas reuniões. Porém, não é qualquer palavra, é a palavra de Deus, a Verbum dei, é a palavra que produz transformação, que revela o pecado, denuncia o erro, aponta o caminho, sinaliza a Cruz, mostra a graça, gera em Cristo a redenção e paz.

Igrejas cuja palavra é rasa, também não cumpre o papel em colocar as escrituras como centro do culto e da vida. Salomão o sábio disse: "Se vos converterdes pela minha repreensão, derramarei sobre vós o meu espírito e vos revelarei minhas palavras" (Pv 1.23). Salomão está dizendo que a repreensão por meio da palavra é que produz conversão, sabe porque "temos igrejas cheias de pessoas e pessoas vazias de Deus?" (A.W.Tozer), porque nossas palavras são vazias de repreensão, exortação, de chamado a uma profunda compreensão da nossa miserabilidade.

Após as palavras de repreensão, Salomão afirma que o Espírito de Deus seria derramado sobre os convertidos e assim receberiam a revelação das palavras. Sabe porque não há avivamento em nossas igrejas e na vida das pessoas? Porque as pregações são uma autoajuda (tipo coach), apenas de bênçãos, apenas com a intencionalidade de agregar.

A palavra pregada com fidelidade é o que gera vida, produz arrependimento e transforma sociedades. Foi a verdade pregada que fez Cristo ser perseguido, foi a verdade das escrituras que em Atos fez a igreja crescer. A missionalidade da igreja está intrinsecamente relacionada com a Palavra de Deus, a história nos mostra isso, "a palavra era pregada e Deus acrescentava".

Uma igreja que apresenta domingo após domingo mensagens que não alimenta é o mesmo que oferecer a graça barata ensinada por Dietrich Bonhoeffer:

"A graça barata é a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina de uma congregação, é a ceia do Senhor sem confissão de pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem a cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado".

Pregação sem perdão é a mensagem positiva, sem exortação. Batismo sem disciplina é a entrada desenfreada e sem zelo na comunhão da igreja local, a ceia sem confissão é a ceia ministrada sem ensinar aos membros sua importância, é a ministração meramente ritualística, a graça barata é um evangelho e uma caminhada cristã sem a cruz, sem a morte do eu, sem a renúncia dos desejos da carne.

Se você não leva a palavra de Deus a sério, neste Natal te convido a repensar e reorientar sua vida diante da palavra que se fez carne e morou entre nós, afinal, "O Natal é de carne e osso" (Antonio Carlos Costa). 
Comemore o Natal
Ame a Palavra
Leve as escrituras a sério.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Natividade - O Espírito se fez carne.



 “Porque um menino nos nasceu” (Isaías 9.6). O Natal é mais do que a celebração do nascimento, ele é a celebração da revelação, Cristo nasce como um menino, entretanto, ele existe desde os tempos eternos: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1.1).

 O Natal não é a celebração de um nascimento comum, o Deus eterno tocava em solo terreno, a eternidade beijava o tempo e descortinava a realidade invisível da relação trinitária para habitar em meio aos homens.

 O Natal produz um clima diferente (sem misticismos, apenas constatação) nas pessoas, elas são mais solicitas nessa época do ano, mais solidárias e abertas aos discursos espiritualistas de certa forma. Devemos compreender que o Natal é a celebração daquele que governa nossa história: “O governo está sobre os seus ombros” (Isaías 9.6), daquele que é o nosso conselheiro, e que maravilhoso conselheiro ele é, devemos celebrar no Natal não apenas um nascimento, não somente uma revelação, mas, nossa filiação por meio de Jesus em um “pai eterno”, e que nele existe a segurança no caos, ele é o nosso Deus forte.

 Sim, o Natal é a celebração do espírito que se fez carne, do Deus trino que veio se relacionar conosco. O Messias prometido chegou mostrando que as promessas de Deus se cumprem, ele veio como a luz que ilumina as trevas existências da humanidade. No Natal celebramos o caminho pelo qual nossas vidas são guiadas, a verdade que nos livra do engano e a vida que se entregou para O celebramos eternamente. 

 O Natal é a celebração conjunta dos Filhos de Deus, como bem disse R.C.Sproul: “É difícil acreditar em um Deus zangado por ver seu povo unido celebrando o nascimento de seu filho”.

Celebre o Natal.
Celebre a Cristo.
Comemore a Vida!